Número de famílias endividadas tem queda em junho, aponta CNC
Com a oferta de crédito mais restrita, juros altos e menor demanda, a parcela de famílias que se declararam endividadas diminuiu de 58,7% para 58,1% entre maio e junho, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que anunciou hoje a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). O percentual também foi menor do que o de junho de 2015, de 62%. No entanto, ainda é preocupante o elevado patamar de comprometimento da renda das famílias para quitar dívidas, alerta a economista da CNC Marianne Hanson. Embora tenha sido menor que maio (30,8%), a parcela média de renda familiar comprometida com dívidas teve pequeno avanço de 30,5% para 30,6% entre junho do ano passado e junho deste ano, segundo a mesma pesquisa.
Para Marianne, os dados da pesquisa ainda refletem um ambiente desfavorável ao consumo, com deterioração de mercado de trabalho, renda em baixa e menor ritmo de abertura de vagas. Para ela, a redução na parcela de endividados não é causada por melhora em finanças pessoais, e sim por que as famílias têm poucas condições de tomar novos empréstimos.
Como a oferta de crédito opera de forma restritiva e as famílias operam com pouca margem, junto a instituições financeiras, para levantar novos empréstimos, a parcela de famílias endividadas diminui.
Isto acaba por favorecer os indicadores de inadimplência, por consequência. Como há volume menor de endividados, diminui também a quantidade de famílias que declaram débitos em atraso. Na Peic, o percentual de famílias com dívidas em atraso foi de 23,5% em junho, ante 23,7% em maio. Em junho do ano passado, esta parcela era de 21,3%.